A “aquisição” da leitura e escrita: uma análise da obra Tarzan of the Apes
DOI:
10.31792/rc.v21i39.7306Palavras-chave:
Leitura, Tarzan, VerossimilhançaResumo
Resumo
O presente artigo tem como objetivo principal analisar o enredo da obra Tarzan of the Apes, problematizando o processo de aquisição da leitura e escrita do protagonista. Para a realização da proposta, nos filiamos as discussões de Eco (1994), quanto aos leitores e o pacto ficcional, Eagleton (2017), sobre aspectos da interpretação do texto literário e Aristóteles (1984) para as reflexões sobre verossimilhança. No que se refere à aquisição da linguagem falada e a aprendizagem da leitura e escrita, o estudo recorreu a autores como Vigotski (2005), Chomsky (2005), Pinker (2004), Soares (2016), Oliveira (1997) e Ferreiro e Teberosky (1999). Então, chegamos à conclusão de que o enredo da obra pode comprometer o pacto ficcional de leitores mais atentos ao processo de aquisição da linguagem, o que, porém, não torna a obra inverossímil, como ficção.
Palavras-chave: Leitura; Tarzan; Verossimilhança.
Abstract
The primary objective of this study is to analyze the storyline of the book Tarzan of the Apes, while examining the protagonist's process of acquiring reading and writing skills. To achieve this goal, we align ourselves with the discussions presented by Eco (1994) on readers and the fictional pact, Eagleton (2017) on aspects of interpreting literary texts, and Aristotle (1984) for reflections on verisimilitude. In terms of the acquisition of spoken language and the learning of reading and writing, this study refers to authors such as Vygotsky (2005), Chomsky (2005), Pinker (2004), Soares (2016), Oliveira (1997), and Ferreiro and Teberosky (1999). Consequently, we arrive at the conclusion that the storyline of the work might undermine the fictional pact for readers who are more attentive to the process of language acquisition. Nevertheless, this does not render the work implausible as a work of fiction.
Keywords: Reading; Tarzan; Verisimilitude.
Downloads
Referências
ARISTÓTELES. Poética. In: ARISTÓTELES. Metafísica; Ética a Nicômaco; Poética. Tradução de Eudoro de Souza. São Paulo: Abril S. A. Cultural, 1984. p. 239-269.
BURROUGHS, Edgar Rice. Tarzan. Tradução de Laura Folgueira. Jandira: Principis, 2020.
CHOMSKY, Noam. Novos horizontes no estudo da linguagem e da mente. Tradução de Marco Antônio Sant’Anna. São Paulo: Editora UNESP, 2005.
DURÃO, Fabio Akcelrud. Metodologia de pesquisa em literatura. São Paulo: Parábola, 2020.
EAGLETON, Terry. Como ler literatura: um convite. Tradução de Denise Bottmann. Porto Alegre: L&PM, 2017.
ECO, Umberto. Seis passeios pelos bosques da ficção. Tradução de Hildegard Feist. 10. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
FERREIRO, Emilia; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Lichstein, Liana Di Marco, Mário Corso. Porto Alegre: Artmed, 1999.
GIL, Antonio Carlos. Como fazer pesquisa qualitativa. Barueri: Atlas, 2021.
OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 1997.
PINKER, Steven. O instinto da linguagem: como a mente cria a linguagem. Tradução de Claudia Berliner. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
SAER, Juan José. O conceito de ficção. Revista Fronteiraz, São Paulo, n. 9, p. 320-325, dez. 2012. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/fronteiraz/article/view/12992. Acesso em: 1 jan. 2023.
SOARES, Magda. Alfabetização: a questão dos métodos. São Paulo: Editora Contexto, 2016.
VIGOTSKI, Lev Semenovich. Pensamento e linguagem. Tradução de Jefferson Luiz Camargo. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
ZILBERMAN, Regina. Para uma política de mediação em leitura. Revista do centro de pesquisa e formação. n. 2, p. 126-141, maio 2016. Disponível em: https://portal.sescsp.org.br/online/artigo/10234_REGINA+ZILBERMAN. Acesso em: 24 jan. 2023.
Downloads
Publicado
- Visualizações do Artigo 46
- pdf downloads: 11