A feira livre de Caetité-Bahia: deslocamentos, cotidiano e educação informal
The open market in Caetité-Bahia: travel, daily life and informal education
Palavras-chave:
Feira, Deslocamentos, Cotidiano, Educação informalResumo
O presente estudo objetiva desenvolver uma análise teórica a respeito da feira livre em Caetité[i], na Bahia, desde o seu surgimento no Largo do Severino (Praça da Cadeia) até a transferência para a Praça do Mercado, no ano de 1966. Analisamos seus deslocamentos para outros espaços da cidade que atendessem as novas propostas do poder público municipal em urbanizar, expandir progresso e habitar outras áreas em função do crescimento econômico local. O estudo aborda também o cotidiano e a educação informal presentes nas ações dos feirantes na arte de vender, comprar, conversar e fazer a feira. Conclui-se que a feira se configura como um espaço destinado para o comércio, mas também um espaço de sociabilidades onde as pessoas se encontram, mantêm e ampliam suas redes de sociabilidades.
Palavras-chave: Feira; Deslocamentos; Cotidiano; Educação informal.
Abstract
This paper aims to develop a theoretical analysis regarding the street market in Caetité, Bahia, since its emergence in Largo do Severino (Praça da Cadeia) until its transfer to Praça do Mercado, in 1966. We analyzed its displacements to other spaces in the city that would meet the new proposals of the municipal public authorities to urbanize, expand progress and inhabit other areas due to local economic growth. The study also addresses the daily life and informal education present in the actions of market traders in the art of selling, buying, talking and holding the fair. It is concluded that the fair is configured as a space intended for commerce, but also a space for sociability where people meet, maintain and expand their sociability networks.
Keywords: fair; displacements; daily; informal education.
[i] De acordo com Santos (2001, p. 35): “A cidade de Caetité situa-se na vertente oriental da Serra Geral, a 830 metros acima do nível do mar, e o município divide-se entre a zona das caatingas e a dos gerais, duas regiões distintas. A ocupação da região, segundo a tradição, remonta ao século XVIII, quando colonos portugueses se fixaram no Sítio do Caitates, que se tornou lugar de pouso de viajantes, sertanistas e bandeirantes, em busca do ouro e do comércio de gado”.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Shirley Patrícia Nogueira de Castro e. Fazendo a feira: estudo das artes de dizer, nutrir e fazer etnomatemático de feirantes e fregueses da Feira Livre do Bairro Major Prates em Montes Claros-MG. 2009. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade de Montes Claros, Montes Claros, MG, 2009.
ARAÚJO, Giovanna de Aquino Fonseca. Trajetória histórica conceitual sobre patrimônio imaterial e cultural no Brasil e em Portugal tendo as Feiras como lugar de investigação. In: Simpósio Nacional de História, 28, 2013, Natal. Anais [...]. Natal: Associação Nacional de História.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Saber e ensinar: três estudos de educação popular. 3. ed. Campinas, SP: Papirus, 1986.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 2013.
BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: Lembranças de velhos. 3. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
BRAUDEL, Fernand. Civilização material, economia e capitalismo: Séculos XV-XVIII - Vol. 2: os jogos das trocas. Tradução de Telma Costa. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
BURKE, Peter. Cultura Popular na Idade Moderna: Europa, 1500-1800. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: 1. Artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 2011.
CORDEIRO, Filomena Luciene Reis. Universo Feminino: Academia Feminina de Letras de Montes Claros. Montes Claros: Ed. Unimontes, 2013.
GOHN, Maria da Glória. 2006. Educação não-formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 14, n. 50, p. 27-38, jan./mar. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ensaio/a/s5xg9Zy7sWHxV5H54GYydfQ/. Acesso em: 22 jul. 2022.
FERREIRA, Thales Brandão. Comunicação e marketing: um estudo das intenções comunicacionais entre os feirantes e fregueses na feira livre de Paripiranga-BA. 2017. Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, 2017.
FREIRE, Paulo. Conscientização, teoria e prática da libertação: uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. Tradução de Kátia de Mello e Silva. 3. ed. São Paulo: Moraes, 1980.
FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler. São Paulo: Autores Associados; Cortez, 1989.
FREIRE, Paulo. Conscientização e libertação: uma conversa com Paulo Freire. In: FREIRE, Paulo. Ação Cultural para a Liberdade: e outros escritos. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003. Disponível em: http://comunidades.mda.gov.br/portal/saf/arquivos/view/ater/livros/A%C3%A7%C3%A3o_Cultural_p ara_a_Liberdade.pdf. Acesso em: 02 jul. 2022.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 50. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011.
HALBWACHS, Maurice. A Memória Coletiva. Tradução de Beatriz Sidou. 2. ed. São Paulo: Ed. Centauro, 2013.
LEFEBVRE, Henri. A Vida Cotidiana no Mundo Moderno. Tradução de Alcides João de Barros. São Paulo: Editora Ática S.A., 1991.
LEFEBVRE, Henri. Espaço e política. Belo Horizonte: UFMG, 2008.
MAGNANI, José Guilherme C. De perto e de dentro: notas para uma etnografia urbana. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 17, n. 49, p. 11-29, 2002.
MALUF, Marina. Ruídos da memória. São Paulo: Siciliano, 1995.
MEIHY, José Carlos Sebe Bom; RIBEIRO, Suzana L. Salgado. Guia Prático de História Oral. São Paulo: Contexto, 2011.
MOTT, Luis Roberto de Barros. 1975. “A feira de Brejo Grande: um estudo de uma instituição econômica num município sergipano do baixo São Francisco”. Tese de Doutorado em Ciências Sociais. Universidade de Campinas.
NEVES, Erivaldo Fagundes. Uma Comunidade Sertaneja: da Sesmaria ao Minifúndio (um estudo da história regional e local). Salvador: UFBA/UEFS, 1998.
NEVES, Flávio. Rescaldo de Saudades. Belo Horizonte: Academia Mineira de Medicina, 1986.
PATRÍCIO, Maria Raquel. Educação formal, não formal e informal. Em Literacias cívicas e críticas: refletir e praticar, editado por Maria José Brites, Inês Amaral e Marisa Torres Silva Braga: CECS. p. 105-107, 2019. Disponível em: http://www.lasics.uminho.pt/ojs../index.php/cecs_ebooks/article/view/3195. Acesso em: 22 jul. 2023.
SANTOS, Helena Lima. Caetité, “Pequenina e Ilustre”. 1. ed. Salvador/BA: Escola Gráfica N. S. de Lorêto, 1976.
SANTOS, Helena Lima. Caetité, “Pequenina e Ilustre”. 2. ed. Brumado: Jornal Tribuna do Sertão, 1997.
SOUZA, Luís G. Memórias de Economia. A origem das feiras. Edição eletrônica. 2004. Disponível em: http://www.eumed.net/cursecon/libreria. Acesso em: 03 jul. 2023.
VEDANA, Viviane. Fazer a feira: estudo etnográfico das “artes de fazer” de feirantes e fregueses da Feira livre da Epatur no contexto da paisagem urbana de Porto Alegre. Dissertação de Mestrado em Antropologia Social. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, 2004.
VEDANA, Viviane. No mercado tem tudo que a boca come: estudo antropológico da duração das práticas cotidianas de mercado de rua no mundo urbano contemporâneo. Tese de Doutorado (Antropologia Social) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, 2008.
VEDANA, Viviane. Fazer a feira e ser feirante: a construção cotidiana do trabalho em mercados de rua no contexto urbano. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 19, n. 39, p. 41-68, jan./jun., 2013.
WEBER, Marx. Conceitos e categorias da Cidade. Em O Fenômeno Urbano, organizado por Otávio Velho. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1979.
Downloads
Publicado
- Visualizações do Artigo 90
- pdf downloads: 29