As Tecnologias Socioterritoriais e a Educação do Campo: o MST no Pontal do Paranapanema
Socio-territorial Technologies and Rural Education: the MST in Pontal do Paranapanema
Palavras-chave:
Educação do Campo; Tecnologias Socioterritoriais; Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.Resumo
O debate sobre Tecnologias Socioterritoriais (TSTs) nasce a partir dos avanços das Tecnologias Sociais (TSs), com foco no território dos sujeitos. As TSTs são identificadas em diferentes territórios, como o camponês, abrangendo dimensões materiais de produção e comercialização, além das imateriais, como a Educação do Campo. Este estudo analisou as TSTs no campo, destacando a Educação do Campo como práxis de resistência nos movimentos socioterritoriais camponeses, com ênfase nas ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Pontal do Paranapanema, especialmente nas escolas do campo Paulo Freire (assentamento Rodeio) e Santa Clara (assentamento Che Guevara). Nessas escolas, as TSTs são ferramentas políticas do MST, promovendo a autonomia camponesa e fortalecendo a resistência no processo de reprodução material e simbólica.
Palavras-chave: Educação do Campo; Tecnologias Socioterritoriais; Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.
Abstract
The discussion on Socioterritorial Technologies (STTs) stems from advancements in Social Technologies (STs), focusing on the subjects’ territories. STTs are identified in various contexts, such as rural areas, encompassing material dimensions of production and commercialization, as well as immaterial aspects like Rural Education. This study analyzed STTs in rural settings, emphasizing Rural Education as a praxis of resistance within socioterritorial peasant movements. It focused on the actions of the Landless Workers' Movement (MST) in Pontal do Paranapanema, particularly in the Paulo Freire School (Rodeio settlement) and Santa Clara School (Che Guevara settlement). In these schools, STTs become political tools of the MST, promoting peasant autonomy and strengthening resistance in the process of material and symbolic reproduction.
Keywords: Rural Education; Socio-territorial Technologies; Landless Rural Workers Movement.
Downloads
Referências
CALDART, Roseli Salete. Educação do campo: notas para uma análise de percurso. Trabalho Educação Saúde, Rio de Janeiro, v. 7, n. 1, p. 35-64, mar./jun. 2009.
CALDART, Roseli Salete. Educação do campo. In: CALDART, R. S.; PEREIRA, I. B.; ALENTEJANO, P.; FRIGOTTO, G. (Orgs.). Dicionário da Educação do Campo. Rio de Janeiro; São Paulo: Editora Expressão Popular, 2012. p. 157-264.
CAMACHO, Rodrigo Simão. Por um ensino de Geografia dos (as) educandos (as)-camponeses (as): uma experiência de Educação do Campo nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Curitiba: Editora Appris, 2021.
CARA, Daniel. Contra a barbárie, o direito à educação. In: MARIANO, Alessandro et al. (Org.). Educação contra a Barbárie: por escolas democráticas e pela liberdade de ensinar. São Paulo: Boitempo, 2019. p. 25-32.
COLOGNESE, S. A.; MÉLO, J. L. B. de. A técnica de entrevista na pesquisa social. Cadernos de Sociologia, Porto Alegre, v. 9, p. 143-159, 1998.
CHRISTOFFOLI, Ivan Pedro. Tecnologias sociais. In: DIAS, A. P.; STAUFFER, A. de B.; MOURA, L. G. de G.; VARGAS, C. V. (Orgs.). Dicionário de Agroecologia e Educação. São Paulo: Expressão Popular; Rio de Janeiro: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venancio, 2021. p. 727-735.
FELICIANO, Carlos Alberto. “Grilos” jurídicos no Pontal do Paranapanema: administrando os conflitos agrários. Revista NERA, Presidente Prudente, ano 10, n. 11, p. 48-60, jul./dez. 2007.
FERNANDES, Bernardo Mançano. MST: espacialização e territorialização da luta pela terra: Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - formação e territorialização em São Paulo. 1994. 207 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1994.
FERNANDES, Bernardo Mançano. Questão agrária: conflitualidade e desenvolvimento territorial. 2005. Disponível em: http://www.geografia.fflch.usp.br/graduacao/apoio/Apoio/Apoio_Valeria/Pdf/Bernardo_QA.pdf. Acesso em: 1 out. 2023.
FERNANDES, Bernardo Mançano. O MST e as reformas agrárias do Brasil. Boletim DATALUTA, São Paulo, p. 1-10, 2008.
FERNANDES, Bernardo Mançano. Sobre a tipologia de territórios. In: SAQUET, M. A.; SPOSITO, E. S. (Orgs.). Territórios e territorialidades: teorias, processos e conflitos. São Paulo: Expressão Popular, 2009.
FERNANDES, Bernardo Mançano. Território camponês. In: CALDART, R. S.; PEREIRA, I. B.; ALENTEJANO, P.; FRIGOTTO, G. (Orgs.). Dicionário da Educação do Campo. Rio de Janeiro; São Paulo: Editora Expressão Popular, 2012. p. 744.
FERNANDES, Bernardo Mançano; WELCH, Clifford Andrew; GONÇALVES, Elienai Constantino. Os usos da terra no Brasil: debates sobre políticas fundiárias. São Paulo: Cultura Acadêmica; Unesco, 2014.
FERNANDES, Bernardo Mançano; TARLAU, Rebecca. Razões para mudar o mundo: a Educação do Campo e a contribuição do PRONERA. Educação e Sociedade, Campinas, v. 38, n. 140, p. 545-567, 2017.
GASPARIN, Geraldo; WITCEL, Rosmeri; SANTOS, Marina dos. Acampamentos e assentamentos. In: DIAS, A. P.; STAUFFER, A. de B.; MOURA, L. G. de G.; VARGAS, C. V. (Orgs.). Dicionário de Agroecologia e Educação. São Paulo: Expressão Popular; Rio de Janeiro: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venancio, 2021. p. 23-28.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro; São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1968.
JORGE, Aline Albuquerque; MOTA, Nathalia; LIMA, Wueliton Felipe Peres; FERNANDES, Bernardo Mançano. Tecnologias socioterritoriais (TST) como instrumentos para a produção de territorialidades emancipadoras nos assentamentos de reforma agrária. In: Anais do V Encontro Internacional Participação, Democracia e Políticas Públicas (PDPP), Natal, 2022.
KRENAK, Ailton. A vida não é útil. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.
LOURO, Guacira Lopes. Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2022.
MIGUEL, Luis Felipe. Gênero e representação política. In: MIGUEL, L. F. (Org.). Feminismo e política: uma introdução. São Paulo: Boitempo, 2014. p. 79-92.
MACIEL, Alves; CAMACHO, Rodrigo Simão. Os impactos causados pelo fechamento da escola municipal Santa Rosa para a comunidade camponesa do assentamento Santa Rosa, Itaquiraí-MS. Revista Eletrônica da Associação dos Geógrafos Brasileiros, Seção Três Lagoas, v. 1, n. 35, p. 126-152, 21 jul. 2022.
MARIANO, Alessandro. Pedagogia da resistência e o projeto educativo das escolas do MST. In: MARIANO, Alessandro et al. (Orgs.). Educação contra a Barbárie: por escolas democráticas e pela liberdade de ensinar. São Paulo: Boitempo, 2019. p. 25-32.
MEC – Ministério da Educação. Brasil, 2018. Novo Ensino Médio. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/. Acesso em: 05 out. 2023.
MENDONÇA, Sonia de Mendonça. Estado. In: DIAS, A. P.; STAUFFER, A. de B.; MOURA, L. G. de G.; VARGAS, C. V. (Orgs.). Dicionário de Agroecologia e Educação. São Paulo: Expressão Popular; Rio de Janeiro: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venancio, 2021. p. 403-408.
MIRALHA, Wagner. A organização interna e as relações externas dos assentamentos rurais no município de Presidente Bernardes-SP. 2006.
MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. In: DIOGO, A.; ESTEVAM, D.; STÉDILE, M. E. (Coord.). A gente cultiva a terra e ela cultiva a gente: História do MST. Construção coletiva da turma de História ITERRA/UFFS. Veranópolis, Brasil: Instituto de Educación Josué de Castro, 2014.
MOLINA, Monica Castagna; SÁ, Lais Mourão. Escola do campo. In: CALDART, R. S.; PEREIRA, I. B.; ALENTEJANO, P.; FRIGOTTO, G. (Orgs.). Dicionário da Educação do Campo. Rio de Janeiro; São Paulo: Editora Expressão Popular, 2012. p. 324-331.
RAFFESTIN, Claude. Por uma Geografia do Poder. São Paulo: Ática, 1993.
RIBEIRO, Marlene. Escola rural. In: CALDART, R. S.; PEREIRA, I. B.; ALENTEJANO, P.; FRIGOTTO, G. (Orgs.). Dicionário da Educação do Campo. Rio de Janeiro; São Paulo: Editora Expressão Popular, 2012. p. 293-299.
SANSOLO, Gruber Davis; ADDOR, F.; EID, F. Tecnologias socioterritoriais, soberania e segurança alimentar e nutricional. In: SANSOLO, G. D.; ADDOR, F.; EID, F. (Orgs.). Tecnologia social e reforma agrária popular. 1. ed. Cultura Acadêmica, 2021. v.1.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4. ed. São Paulo: EDUSP, 2006.
SILVA, Ana Paula Soares da; FELIPE, Eliana da Silva; RAMOS, Marcia Mara. Infância do campo. In: CALDART, R. S.; PEREIRA, I. B.; ALENTEJANO, P.; FRIGOTTO, G. (Orgs.). Dicionário da Educação do Campo. Rio de Janeiro; São Paulo: Editora Expressão Popular, 2012. p. 417-424.
SOBREIRO FILHO, José. A luta pela terra no Pontal do Paranapanema: história e atualidade. Revista Geografia em Questão, v. 05, n. 01, p. 83-114, 2012.
SOBREIRO FILHO, José. O movimento em pedaços e os pedaços em movimento: da ocupação do Pontal do Paranapanema à dissensão nos movimentos socioterritoriais camponeses. 547 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2013.
SOUZA, Vanilde Ferreira de. Acampar, assentar e organizar: relações sociais constitutivas de capital social em assentamentos rurais do Pontal do Paranapanema. 200 f. Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Agrícola, 2006.
Downloads
Publicado
- Visualizações do Artigo 9
- pdf downloads: 19