“Foi aí que eu deixei de ter vergonha de ser preto”: fragmentos da história de vida de um jovem
“That's when i didn't be ashamed to be black anymore”: fragments of the life story of a young man
Resumo
Esta pesquisa objetiva, a partir da fala de um jovem de 23 anos de idade, que se autodeclara negro, entender a experiência de estar no mundo enquanto sujeito perpassado pelos processos de racialização social. A pesquisa é qualitativa, com a utilização de entrevista compreensiva, sendo que os dados produzidos deram vida a duas categorias de análise: “Foi aí que eu deixei de ter vergonha de ser preto”: do pardo e inferior à identidade negra; e, “Eles inferiorizam porque você é do campo e pela questão da cor”: relações com o território rural. O estudo aponta que ser negro é um processo, uma construção, um movimento de afirmação identitária e de conscientização para se rebelar contra o status quo, em busca de visibilidade, resistindo e lutando para existência própria e procura permanente de sua negritude. Demonstram-se, além disso, as relações entre a vivência racial e o contexto rural, considerando que ser negro associa-se aos lugares que o jovem ocupa no meio rural, marcado pela desigualdade racial e agrária.
Palavras-chave: relações étnico-raciais; campesinato negro; grupo com ancestrais do continente africano.
Abstract
This research aims to understand the experience of being in the world as a individual permeated by the processes of social racialization, based on the speech of a 23-year-old young man, who declares himself to be black. The research is qualitative, using a comprehensive interview, and the data produced were organized in two categories of analysis: “That's when i didn't be ashamed to be black anymore”: from brown and inferior to black identity; and, “They are inferior because you are from the countryside and because of the color issue”: relations with the rural territory. The study points out that being black is a process, a construction, a movement of identity affirmation and awareness to rebel against the status quo, in search of visibility, resisting and fighting for their own existence and permanent search for their blackness. Furthermore, the relationship between racial experience and the rural context is demonstrated, considering that being black is associated with the places that the young belongs in rural areas, marked by racial and agrarian inequality.
Keywords: ethnic-racial relations; black peasantry; african continental ancestry group.
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