ETNOBOTÂNICA DE QUINTAIS URBANOS DE SALVATERRA, MARAJÓ ORIENTAL, PARÁ, BRASIL

Autores

DOI:

10.69675/RCU.2763-7646.4861

Palavras-chave:

Etnoconhecimento, Botânica, Plantas úteis

Resumo

Quintal é definido como a área ao redor dos domicílios que pode conter plantas e animais, é
importante para a sustentação dos povos e facilita a conservação de espécies nativas para diferentes
fins. Este trabalho traz resultados de um levantamento etnobotânico realizado em quintais dos bairros
Centro e Paes de Carvalho da cidade de Salvaterra, Pará, Brasil, a fim de resgatar conhecimentos
tradicionais sobre as utilidades das etnoespécies e gerar informações que auxiliem nos estudos
biológicos, farmacêuticos e econômicos, contribuindo para o desenvolvimento da região. Trata-se de
uma pesquisa qualitativa e quantitativa, de caráter exploratório, com orientação analítico-descritiva,
mediante entrevistas com utilização de questionários estruturados, realizados entre outubro e
novembro de 2014. Nesta pesquisa, foi adotada a técnica “bola de neve”, através da qual foram
escolhidos, primeiramente, dois informantes de cada bairro, ambos com idade entre 50 e 60 anos,
residentes há pelo menos 40 anos na cidade. Depois, cada morador indicaria outro e, assim,
sucessivamente. Com isso, foram entrevistadas 95 pessoas no total, com inclusão de lista livre para
anotações mais específicas. Esse estudo permitiu encontrar 200 etnoespécies, das quais 44,5% são de
uso alimentício, 20,5% ornamentais, 32,5% medicinais e 2,5% com outras indicações. Foi registrado um
rico conhecimento etnobotânico dos moradores, favorecendo a salvaguarda dessas informações e,
também, a valorização da cultura local, associada ao saber tradicional.

Biografia do Autor

Alcindo da Silva Martins Junior, Universidade do Estado do Pará (UEPA)

Possui graduação em Ciências Biológicas Licenciatura pela Universidade Federal do Pará (2004), mestrado em Botânica pela Universidade Federal Rural da Amazônia (2007) e doutorado em Botânica pelo Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro (2019). Atualmente é Professor Adjunto I da Universidade do Estado do Pará, onde atua nos cursos de Licenciatura em Ciências Naturais e, principalmente, Licenciatura em Ciências Biológicas. Apresenta experiência na pesquisa com a Funga brasileira, especialmente a Amazônida, onde, desde a graduação vem desenvolvendo trabalhos de sistemática, taxonomia e ecologia de Macrofungos (Ascomycota e Basidiomycota) e Ferrugem de Plantas (Pucciniales). Atua como Professor permanente no PPG em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia (PPGEECA), onde atua como orientador, desenvolvendo produtos educacionais para áreas críticas do ensino de Ciências e Biologia. O referido PPG é aprovado na CAPES, atualmente possui nota 3, teve suas atividades iniciadas em 2020 e é institucionalizado pela Universidade do Estado do Pará.

Ana Claudia Caldeira Tavares Martins, Universidade do Estado do Pará (UEPA)

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal Rural da Amazônia (2002), mestrado em Botânica pela Universidade Federal Rural da Amazônia (2004) e doutorado em Botânica pelo Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (2009). Atualmente é professora Adjunto IV do departamento de Ciências Naturais, professora permanente do Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) da Universidade do Estado do Pará e pesquisadora colaboradora do Programa de Pós-Graduação da Rede de Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Bionorte). Coordena o Laboratório de Monitoramento e Conservação Ambiental (LMCA/PPGCA/UEPA).Tem experiência na área de Botânica e Ciências Ambientais, com ênfase em estudos interdisciplinares envolvendo florística e ecologia de plantas avasculares e vasculares, etnobotânica, ensino de botânica, educação ambiental e percepção ambiental.

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21/12/2021
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Como Citar

PORTAL, L.; LETÍCIA DA CONCEIÇÃO VIDAL, S. .; JUNIOR, A. da S. M.; MARTINS, A. C. C. T. ETNOBOTÂNICA DE QUINTAIS URBANOS DE SALVATERRA, MARAJÓ ORIENTAL, PARÁ, BRASIL. Revista Comunicação Universitária, Belém, v. 1, n. 2, 2021. DOI: 10.69675/RCU.2763-7646.4861. Disponível em: http://177.70.35.171/index.php/comun/article/view/4861. Acesso em: 13 nov. 2024.

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Artigos