FRANCIS BACON: ACERCA DA CONCEPÇÃO DE VITÓRIA SOBRE A NATUREZA.
Resumo
Quando Francis Bacon (1561-1626) afirma no aforismo III de sua mais importante obra, o Novum Organum (1620),
que: "(...) a natureza não se vence, se não quando se lhe obedece.", ou mesmo quando faz um convite aos
"verdadeiros filhos da ciência", estes: "(...) que estejam preocupados não com a vitória sobre os adversários por
meio de argumentos, mas na vitória sobre a natureza, pela ação (...)", não entendemos de pronto em qual sentido se
daria esta vitória, mas a partir da leitura de suas obras, sobre tudo da Nova Atlântida (1627); onde vislumbramos a
coexistência perfeita entre homem e natureza na ilha de Bensalém, bem como os benefícios que este tira da natureza
pelo advento da ciência da "Casa de Salomão". Percebemos então que esta concepção de maneira alguma poderia
estar ligada a de um progresso a qualquer custo, ou seja, a de um progresso à custa da própria natureza, o que
poder-se-ia equivocadamente concluir se se levasse em conta somente os maus exemplos do emprego da ciência em
nossos dias. Com vista ao aclaramento desta concepção, fizemos a aproximação com a leitura pormenorizada de
seções de outras obras do mesmo autor, como a do Progresso do Conhecimento (1605); Sabedoria dos Antigos
(1609) e Ensaios (1597).