O INDIVÍDUO CONTEMPORÂNEO PERANTE A PERDA DA IDENTIDADE: UM DIÁLOGO ENTRE MARTIN BUBER E GUY DEBORD.

Autores

  • Suellen Lima de Brito suellenlima_hp@hotmail.com
    UFPA

Resumo

O presente estudo visa relacionar as obras A sociedade do espetáculo de Guy Debord (1931-1994) e Eu e Tu Martin
Buber (1878-1965) para discorrer sobre a perda da identidade do indivíduo contemporâneo imerso em situações de
crises; A obra de Buber apresenta dois conceitos: o Eu-Tu e o Eu-Isso como palavras-princípios. O Eu-Tu como
uma relação dialógica, encontro entre dois parceiros mutualmente e o Eu-Isso como um relacionamento monológico,
experiência e utilização ou uso. O mundo do ISSO se invadir o mundo do homem leva este a perdição, pois invade o
seu próprio EU perdendo assim sua atualidade, ou seja, torna-se um ser nem "fora" nem "dentro", unicamente, ele se
perde em seu interior porque o homem não pode viver só com o ISSO posto que se assim for ele não será mais
homem. Já Debord nos apresenta a sociedade do espetáculo, cuja marca é afirmação da aparência de toda a
sociedade, repleto de trivialidades e cuja visão de mundo é objetivada, objetivando assim os indivíduos inseridos
nela, pois separa o ser humano de si mesmo, originando um esmagamento do eu, o individuo na sociedade do
espetáculo é despossuído de si, na linguagem de Buber, o individuo passa a ser o Eu-Isso, pois perde-se do seu
Eu-Tu, assim como na linguagem de Debord, o espetáculo significa - entre suas milhões de faces -que o mundo do
Eu-Isso é a realidade do individuo que o leva a sucumbir pois ele está perdido dentro do seu próprio eu.