MESA, PÊLPITO E PALCO
Palavras-chave:
Protestantismo. Liturgia. Pentecostalismo. História do Cristianismo. DramaResumo
O artigo aborda a relação entre arte e religião a partir da liturgia cristã. Na primeira parte, apresenta historicamente, três centros visuais dos espaços litúrgicos nos quais se desenvolve o culto cristão -mesa, púlpito e palco - destacando simbolismos e significados atribuídos a cada um desses centros. A mesa (ou altar) caracteriza as liturgias de matriz católica; a centralidade do púlpito é a marca visual das liturgias protestantes reformadas; o palco, por sua vez, emerge, principalmente no Brasil, como centro visual de muitas comunidades evangélicas, influenciando até mesmo setores da Igreja Católica Romana. O texto percorre períodos da história do cristianismo com particular ênfase em períodos da Reforma Protestante e da inserção do protestantismo no Brasil. Busca identificar momentos entre as décadas de 70 e 80 do século XX em que cismas nas igrejas protestantes tradicionais do Brasil resultaram no surgimento de comunidades evangélicas que rejeitaram os altares/mesas ou os púlpitos em prol dos palcos como centros visuais do espaço cúltico. Na segunda parte destaca algumas relações entre liturgia e dramaturgia, defendendo que a liturgia cristã sempre teve um caráter teatral, enquanto representação mimética e poética do drama cristão. Defende que a dramaticidade da liturgia não deveria ser negada, mas assumida por liturgistas contemporâneos e que tal postura poderia contribuir para a renovação litúrgica do protestantismo brasileiro, na medida em que valorizaria elementos da cultura, tais como a festividade e a música. O texto defende que, ao invés de condenar apressadamente os palcos, os especialistas em liturgia poderiam explorar seu potencial interativo como espaço hierofânico.
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